Passagem da Loba Por Recife ...
maio 23, 2010Peça faz Christiane Torloni trocar de lugar no palco 23 anos depois
Hoje, 23 anos depois, Torloni assume o papel que foi de Raul Cortez; a esposa passa a ser marido, Leonardo Franco, e o amante, agora, é a amante, Maria MayaMuitos que escrevem sabem que este é sempre um momento difícil: começar o texto. Desta vez, não. Sei muito bem como fazê-lo. Parto da minha incompreensão. Não entendo como boa parte do público do Recife desconhece o que seja pontualidade. É impressionante. Peça ou show. Dia útil ou não. Às 20 ou às 22h. Não importa. Ele sempre atrasa. Desrespeita o artista e incomoda quem chegou no horário, por mais licença e desculpa que possa pedir no longo e apertado caminho percorrido até sua poltrona numerada.
Atrasado, porém atento. O público acompanhou e respondeu às propostas lançadas pelo texto inteligente de Renato Borghi, autor de A Loba de Ray-Ban e de O Lobo também. Sim, para quem não sabe, Borghi adaptou sua própria peça que foi um grande sucesso nos anos 80. Foi quando o inesquecível Raul Cortez viveu O Lobo de Ray-Ban, apaixonado pelo jovem ator interpretado por Leonardo Franco e ainda envolvido com sua ex-mulher, personagem de Christiane Torloni.
Hoje, 23 anos depois, Torloni assume o papel que foi de Raul. A esposa passa a ser marido, Leonardo Franco, e o amante, agora, é a amante, Maria Maya. Com personalidade e força, eles dão vida a um triângulo amoroso formado por atores de uma mesma companhia teatral. No palco e nas coxias, o trio vive seus dramas e amores.
Tudo começa durante uma apresentação de Medeia, tragédia grega de Eurípedes. No momento em que Medeia, interpretada pela dona da companhia, Júlia Ferraz, revela todo seu ódio por Jasão, e troca o nome do personagem pelo do marido, Paulo e dá início a uma discussão sobre a vida do casal e a existência de uma amante, Fernanda. Mas a tragédia grega escrita por Eurípedes não é a única referência em cena. Esperando Godot, de Samuel Beckett, As Criadas, de Jean Genet e outras citações ajudam a compor o cenário ideal para que os três possam dividir com o público, real e fictício, uma série de questões atreladas ao relacionamento amoroso: sinceridade, honestidade, traição, passagem do tempo, aborto e bissexualidade. Temas delicados que ganham o peso exato com a direção precisa de José Possi Neto, que também dirigiu a primeira montagem 1987.
Possi Neto consegue achar a fina sintonia entre a obra de Borghi e as interpretações de Torloni, Franco e Maya. Os momentos de humor não diminuem a força do texto. Antes, reforçam cada palavra dita ou deixada na entrelinha. Tudo é detalhe. Está lá, em cena, ocupando seu devido espaço. Aparecendo exatamente quando não é identificado. Luz, som, cenário, figurino. Elementos de um quadro de cores fortes, tenso, que pulsa diante de nossos olhos e que se nega a aceitar o óbvio. “Pro dia nascer feliz!”
Atrasado, porém atento. O público acompanhou e respondeu às propostas lançadas pelo texto inteligente de Renato Borghi, autor de A Loba de Ray-Ban e de O Lobo também. Sim, para quem não sabe, Borghi adaptou sua própria peça que foi um grande sucesso nos anos 80. Foi quando o inesquecível Raul Cortez viveu O Lobo de Ray-Ban, apaixonado pelo jovem ator interpretado por Leonardo Franco e ainda envolvido com sua ex-mulher, personagem de Christiane Torloni.
Hoje, 23 anos depois, Torloni assume o papel que foi de Raul. A esposa passa a ser marido, Leonardo Franco, e o amante, agora, é a amante, Maria Maya. Com personalidade e força, eles dão vida a um triângulo amoroso formado por atores de uma mesma companhia teatral. No palco e nas coxias, o trio vive seus dramas e amores.
Tudo começa durante uma apresentação de Medeia, tragédia grega de Eurípedes. No momento em que Medeia, interpretada pela dona da companhia, Júlia Ferraz, revela todo seu ódio por Jasão, e troca o nome do personagem pelo do marido, Paulo e dá início a uma discussão sobre a vida do casal e a existência de uma amante, Fernanda. Mas a tragédia grega escrita por Eurípedes não é a única referência em cena. Esperando Godot, de Samuel Beckett, As Criadas, de Jean Genet e outras citações ajudam a compor o cenário ideal para que os três possam dividir com o público, real e fictício, uma série de questões atreladas ao relacionamento amoroso: sinceridade, honestidade, traição, passagem do tempo, aborto e bissexualidade. Temas delicados que ganham o peso exato com a direção precisa de José Possi Neto, que também dirigiu a primeira montagem 1987.
Possi Neto consegue achar a fina sintonia entre a obra de Borghi e as interpretações de Torloni, Franco e Maya. Os momentos de humor não diminuem a força do texto. Antes, reforçam cada palavra dita ou deixada na entrelinha. Tudo é detalhe. Está lá, em cena, ocupando seu devido espaço. Aparecendo exatamente quando não é identificado. Luz, som, cenário, figurino. Elementos de um quadro de cores fortes, tenso, que pulsa diante de nossos olhos e que se nega a aceitar o óbvio. “Pro dia nascer feliz!”
Enviado por Dora Paes
Fonte : Pe360graus , twitter marillins
0 Comments