Após despedir-se da divertida vilã Tereza Cristina, Christiane Torloni conta o que faz para simplificar a vida
abril 18, 2012
Ao completar 36 anos de carreira, Christiane Torloni
(55) provou mais uma vez por que figura no seleto grupo de divas
da dramaturgia brasileira. Com maestria, tornou a maquiavélica
Tereza Cristina, de Fina Estampa, uma adorável vilã no
imaginário do público. Sua beleza e postura inconfundíveis também foram
essenciais para o sucesso da ‘Rainha do Nilo’ enaltecida pelo mordomo
Crô, papel que foi defendido por Marcelo Serrado (45). “Toda
mulher pode ser elegante. Um segredo? Tomar muita água, dois litros por
dia. As pessoas gastam milhões em potinhos, pílulas, vitaminas, mas se
não hidratam por dentro, não adianta”, ensina ela, na Ilha de CARAS. O êxito do papel, segundo Torloni, não foi em vão, assim como o encontro com Aguinaldo Silva (67).“Os
autores acompanham nosso crescimento. Temos que estar prontos. Fazia
em média cem cenas por semana, algo como rodar dois longas. Para
isso, precisa ser um atleta da emoção, estar centrado, ter suas
práticas. O Serrado também é muito preparado, pratica dança, eu faço
yoga, Filosofia”, ensina ela, que segue de férias para a Europa. Já em junho, estreia espetáculo de dança com a companhia da bailarina Vera Lafer. “Achei que ia flanar, mas me apontaram o dedo: ‘I want you!’. Vou brincar de dança”, diverte-se. A tranquilidade segue até para falar de amor e da frase dita por ela em entrevista no Rock in Rio — “hoje é dia de rock, bebê!” —, que virou febre.
– Ficou irritada com aquela repercussão toda?
– De jeito nenhum. Sempre trato as pessoas mais chegadas de forma amorosa. E estava em um concerto de rock.
– Você teve quatro casamentos. O último, com o diretor Ignácio Coqueiro, durou 15 anos. Ainda crê na instituição?
– Acredito no amor. O casamento é decorrência. O que acontece são os
encontros. Tenho sorte, encontrei pessoas incríveis na vida. Não posso
reclamar do amor.
– E atualmente está solteira?
– Sou solteira. As pessoas nascem sós. Devemos estar preparados para
isso. A conjugação dos verbos começa com eu. Se a gente souber aprender,
conjugando direito o ‘eu me amo’, ‘eu tento me conhecer’, tudo fica
menos complicado.
– Como mantém a forma?
– Yoga, esteira, bicicleta. Parei de comer carne três anos,
precisei voltar por causa da dieta do grupo sanguíneo. Estava perdendo
energia. A questão filosófica acabou sendo vencida pelo metabolismo.
– O que acha das técnicas de rejuvenescimento?
– Tenho medo dessa história de lipoaspiração. Tratamentos estéticos são
como bebida, é necessário consumir com moderação. Senão, você se perde.
Ninguém vai ter 20 anos a vida inteira. Seria chato!
– Por que Tereza Cristina caiu nas graças do público?
– Era humana. A saudosa autora Ivani Ribeiro sabia
disso. Nenhuma heroína é heroína 100%. O mesmo acontece com
vilãs. Aguinaldo trouxe o ícone e o anti-ícone. Criou colunas de
amor. Crô, por exemplo, era uma relação afetiva da Tereza. Aí o lúdico
florescia, o humor. As crianças adoravam. Na rua, eu dizia que
não podiam ver a novela, mas eram loucas pela personagem. Ela era uma
Emília potencializada.
Fonte : Edição 963 - Ano 18
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