Christiane Torloni encerra a temporada da peça 'A Loba de Ray-ban' em Belo Horizonte

novembro 30, 2010

A LOBA DE RAY-BAN ENCERRA TEMPORADA



Christiane Torloni escolheu Belo Horizonte para encerrar a temporada de A loba de Ray Ban, dias 4 e 5 de dezembro, no Palácio das Artes. Ela chegará à cidade toda orgulhosa com o título que recebeu de melhor atriz, na categoria voto popular, em concurso promovido por uma revista. A peça é a versão feminina de O lobo de Ray Ban, na qual Torloni atuou ao lado de Raul Cortez.

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Christiane Torloni faz curta temporada de ‘A Loba de Ray-Ban’ no Palácio das Artes.



Chega a BH a versão feminina do grande sucesso de Renato Borghi, originalmente encenado em 1987, O Lobo de Ray-Ban, que trazia Raul Cortez e a própria Torloni no elenco, além do ator Leonardo Franco na temporada carioca. As duas montagens têm direção de José Possi Neto. O elenco conta ainda com Maria Maya. Dias 04 e 05 de dezembro.

Em uma noite, um espetáculo de teatro é interrompido pela atriz principal, que assume o clímax de sua crise existencial e afetiva diante do público. Escândalo. Revela-se o triângulo amoroso vivido por ela, envolvendo o ex-marido e sua atual amante, ambos atores da sua Companhia Teatral. Um espetáculo que proporciona uma brilhante discussão sobre moral e relacionamento amoroso, no qual o público participa do cotidiano dos camarins e coxias de um teatro. E a plateia vai testemunhar um desafio de interpretação, vividos por Christiane Torloni como Julia Ferraz, a atriz-empresária, e por Leonardo Franco e Maria Maya, o ex-marido e a amante. “A Loba de Ray-Ban” fica em cartaz no Palácio das Artes, dias 04 e 05 de dezembro, sábado, às 21h e domingo, às 20h.

Este espetáculo encerra a programação do projeto Teatro em Movimento da Rubim Projetos e Produções, que visa incluir Belo Horizonte e cidades do interior no roteiro dos grandes espetáculos em cartaz no eixo Rio-São Paulo. “A Loba de Ray-Ban” conta com o apoio institucional do Instituto Unimed-BH e apoio cultural da Porto Seguro.

A montagem narra a história de um triângulo amoroso que vive situações convencionais e de bissexualidade. Os personagens envolvidos são atores, fazem do teatro sua profissão e seu sacerdócio. São seres apaixonados e apaixonantes, são capazes de assumir a persona de verdadeiros monstros sagrados e resvalar o mais baixo do melodrama humano. São objeto de curiosidade de todo tipo de voyerismo, portanto irresistíveis.

Nesta versão, passados 22 anos, os papéis se invertem. Christiane Torloni passa a fazer o papel que era de Raul Cortez. Leonardo Franco o que era de Christiane e o papel do jovem ator, representado por Leonardo, agora será feito pela jovem atriz Maria Maya.
Diretor José Possi Neto

Para o diretor José Possi Neto, a semelhança das duas montagens é o texto de Renato Borghi, apaixonado, contundente, ousado e desafiador. “As diferenças são todas. Eu não sou o mesmo Possi de 22 anos atrás, Christiane e Leonardo também não o são, crescemos e amadurecemos como artistas e como seres humanos. Versamos sobre o mesmo tema, A paixão, na vida e na profissão. Expomos cruamente um triângulo amoroso, mas a emoção que permeia este trabalho tem outro tônus comparado àquele que se instaurou na encenação de 87. Lidamos agora com outro triângulo de atores, portanto outra química se estabelece. Resultado previsto? Novas emoções, nova estética”, afirma o diretor.
Autor Renato Borghi

Renato Borghi conta que escreveu as duas versões na mesma época. Dina Sfat, que acompanhava algumas leituras durante a construção da versão masculina, lhe pediu para escrever uma versão feminina para ela. Borghi então resolveu transformar o Lobo em Loba. Entretanto, ao iniciar o trabalho, se viu diante de um grande desafio, pois não se tratava apenas de criar uma versão feminina e sim de reescrever todo o texto, já que o conflito passou a ser embasado por sentimentos completamente diferentes, uma vez que A Loba de Ray-Ban traz como protagonista uma mulher, ao invés de um homem. Além disto, se fez necessária uma pesquisa detalhada dentre alguns dos principais textos da dramaturgia mundial, pois para construir a sua LOBA, Renato teve que substituir referências e cenas de outras peças que utilizava no LOBO e que são fundamentais para fortalecer o conflito de seus personagens. Por exemplo; no Lobo, o espetáculo que a companhia representa é Ricardo III de W. Shakespeare. Na Loba é Medeia de Eurípedes. Em uma das principais cenas (a do teste), Renato utilizou, em o LOBO, “Eduardo II” de Shakespeare, e na LOBA, “As Criadas” de Jean Genet. “Quando o texto ficou pronto, oito meses depois, Dina estava muito doente e não tinha condições de encená-lo. Resolvi mostrar o texto ao Raul que o agarrou imediatamente - como um lobo”, completa Renato.
Ator e produtor Leonardo Franco

A primeira montagem foi um divisor de águas para o ator Leonardo Franco que viu sua vida profissional transformada após atuar ao lado de Raul Cortez. “Contracenar com Raul me deu coragem, me fez ter atitude e comprometimento com a arte de representar. Naquele momento soube que direcionaria minha vida profissional para a solidez e consistência, buscando sempre fazer as escolhas certas, mesmo que com isto o caminho ficasse mais longo”. Leonardo está atingindo seus objetivos - é o idealizador do Centro Cultural Solar de Botafogo, reduto de importantes montagens teatrais no Rio de Janeiro.
Atriz e produtora Christiane Torloni

Parceiros de palco na primeira e segunda encenação, Leonardo e Christiane são os produtores dessa montagem e consideram esse texto uma jóia da dramaturgia nacional. “O teatro é o personagem principal deste espetáculo. Ele nos permite a loucura, por isso nos salva. Os personagens são certos, errados, bonzinhos, bandidos... São lobos, lobas”, afirma Torloni. Sobre fazer as duas versões da peça ela diz que acontece uma coisa interessante que é como se acompanhasse a alma dos personagens por esses 22 anos de distância entre as duas montagens e percebe que a alma não tem sexo e que a sexualidade é um código.
Atriz Maria Maya

Maria Maya que entrou no elenco por meio de teste diz estar nessa peça por superposição mágica: “Eu cheguei através de um teste e quando fui escolhida ainda não havia a novela (Caminho das Índias). Foi uma casualidade de filha, na novela, virar amante de Christiane no espetáculo. A peça é como um drama, mas os personagens não são sofredores... É um drama contemporâneo”, opina.
Perguntados com qual sensação gostariam que o espectador saia do teatro, os três atores foram unânimes: “Com tesão!”.

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